17.9.05

_ E o tempo tem fome de vida ....

Demora para postar desde que comecei o cursinho. Aliás, eu deveria estar no ônibus, rumo a duas agradáveis aulas de redação. Mas como não estou muito bem de saúde e achei as aulas meio desnecessárias, preferi ficar em casa... Está mais quentinho e confortável. Estou preocupada, andei perdendo várias aulas... Gripe, esse negócio estranho que tive no estômago... Toca eu correr atrás... O vestibular está chegando, preciso estudar, preciso passar... Preciso de muito ânimo, aliás preciso de muitas coisas e está difícil... eita fase maldita!

_ Mais uma vez, o tempo ... traga de volta tudo aquilo que se perdeu...

As coisas andaram estranhas para mim no setor amizade. Uma face estranha apareceu e eu não soube lidar com ela. Aliás, ninguém soube. Então, corremos, procuramos um lugar para poder nos abrigar daquela estranha mudança. Mas como poderia deixar aquele ser perdido na sua própria metamorfose, sem saber direito o que estava acontecendo? Na dificuldade, eu corri. Senti-me covarde e ainda mais, senti saudades. Quando alguém passa a fazer parte de nossas vidas, é difícil deixá-la partir, abandoná-la só porque não reconheçemos mais seus olhos... Afinal, apesar das estranhas asas que ela ganhou durante a metamorfose, lá dentro ainda é aquele ser que um dia nos preocupamos... E então, o tempo nos suspirou no ouvido o óbvio... Que era hora de voltar, que tinhámos sido tão tolos em correr de algo que era nossa obrigação assistir e cuidar. Nós, que falamos tanto, não tivemos coragem na hora certa de fazer a simples pergunta ... Está tudo bem com você? E o tempo nos deu a resposta ... Sim, está bem, mais poderia estar melhor senão fosse a covardia de vocês, que ousam se intitular, amigos. Cubro-me de vergonha, prometendo que não farei mais isso.

_ Afinal, estava acordada há mil horas...

Uma dia difícil que se estendia em uma tortura sem fim... seriam seus últimos instantes ?

Mil Horas
* Parte 6 *

No meio do caminho tão conhecido, decidiu. Chegaria, tomaria um banho, pentearia os longos cabelos e... Passou na frente de mercado, recorreria às companheiras de farra, de alivio? Não, ele havia ensinado que nada se resolvia assim. Talvez um belo sonho em pílulas, como nos velhos tempos de insônia? Ele tinha mostrado que não valia a pena. Teria coragem e enfrentaria tudo sozinha no último instante... Por ele? Não, por ela.
Entrou no apartamento e sentiu frio. Havia tanta vida naquele maldito lugar, tanto amor! Jogou-se na cama, ficou olhando o teto e percebeu que as lágrimas escorriam lentamente. Sentiu o sono soprar-lhe as lágrimas e pesar nas pálpebras. Afinal, estava acordada há mil horas... E adormeceu, perdida em um sonho vazio, afinal, sua alma não lhe acompanhava mais.

Continua ...