25.6.06

_ Idéias, idéias ... mudanças, mudanças

Quanto tempo sem escrever! Mas bem, férias daqui a pouco e eu posso me dar ao luxo de ganhar um tempinho aqui. Fazia tanto tempo que eu não escrevia ... pior que estou cheia de idéias. Mas outro dia eu tive que parar pra escrever esse conto ... Porque escrever é um alivio tão grande, uma coisa que me dá força, um "talento" que me faz sentir especial. Mesmo que eu não seja uma escritora tão boa como eu gostaria. Mas com o tempo eu melhoro. Nas férias, espero escrever todos os que estão só no rascunho, ler todos os livros e fazer todas as provas da UNESP! Deu pra perceber que estou otimista rs Meu humor anda oscilando tanto ... mudanças....

_ E a escada, era tão longa que ela demorou quase meio dia para subir ...

Essa história me fez deixar a apostila de literatura do cursinho de lado, no ônibus, e ficar olhando para as pessoas na rua, o céu azul, as casas... e escrever. Porque papel e caneta ou um teclado e uma tela não são nada para quem tem necessidade de escrever, a qualquer hora, qualquer lugar.

Para saber como acaba, tem que ler até o final.

Pt. 1

Tinha aprendido com a prima mais velha. Ela sim era boa, escrevia muito bem, tinha talento e o espírito. Jaqueline já escrevia por hábito, porque era a brincadeira preferida desde pequena. A primeira estoriazinha que tinha escrito era sobre uma florzinha que gostava do vento. Mas a verdade é que ela não levava jeito para a coisa. A prima continuava lendo, mesmo depois de crescida, e apoiava. Gostava da simplicidade e beleza das fantasias infantis da priminha e achava que, talvez, suas histórias amadurecessem e ficassem mais atrativas. Coisa que jamais aconteceu.
Ela começou quando tinha nove anos, depois de ouvir uma história fantástica da prima. Falava de uma princesa que ia salvar um príncipe das mãos malvadas de um bruxo invejoso. A princesa era tão heróica e cheia de coragem que dava gosto, imaginar uma garota com seus 17 anos, com aqueles vestidos longos e maravilhosos dos filmes, no meio de uma luta de espada. E a escada, era tão longa que ela demorou quase meio dia para subir, descalça. Pensar nos pés delicados e pequenos de uma princesa subindo a escada pedregosa e tortuosa era tão emocionante! Devia ter lido umas dez vezes aquela história, principalmente depois de crescida, para ver se a coragem daquela heroína idealizada lhe dava alguma força. No final, acordava o príncipe com um beijo de amor verdadeiro e eles fugiam do castelo em chamas, olha, ainda tinha a fuga de um incêndio! Mas dessa vez, o príncipe é quem fazia as vezes de herói e a princesa podia voltar a ser frágil e delicada como todas elas eram. A prima nunca contara, mas tinha mudado o final de seu conto de fadas sem fadas especialmente para sua priminha. Contar-lhe o final verdadeiro seria destruir as ambições românticas e literárias de uma meninha e mesmo que fizesse isso depois que Jaqueline crescesse, o efeito seria o mesmo. No final real, a princesa ao chegar à torre, acordava o príncipe, que com o orgulho ferido por ser sido salvo por uma mulher e por vê-la cansada, machucada, com uma aparência nada atraente, apesar de vitoriosa, rejeitava-a e sem sequer dizer obrigada, saía do castelo. A princesa, desolada, fez da torre sua tumba e ardeu até que a paisagem acabasse no completo silêncio e aquele príncipe ingrato se perdesse no horizonte em seu cavalo branco.

Continua ....