2.9.06

_ Um sábado de sol.

Meu último post foi a tanto tempo! Em alguns dias pensei em postar, a preguiça foi maior ou o tempo curto demais. A vida tem passado, mudado opiniões. Incrível como tem gente que literalmente fode com nossos conceitos e no lado totalmente oposto, tem gente que surpreende.

_ Decisões.

Uma época de decisões, muitas decisões. Queria ter uma bola de cristal para saber onde elas vão me levar ou talvez ler pensamentos... acho que não sou só eu que gostaria dessas coisas bem utéis. Será que existe decisão errada?

_Mais sagrado que o próprio rito, era a última bolacha.

É possível esquecer o amor? E a culpa? Ou apenas se acosuma com a presença de uma e a falta do outro?

Uma breve história de chá, biscoitos e remorso.
Final
A manhã seguinte amanheceu lá pelas duas horas da tarde para ela. A ressaca moral e física estava difícil de agüentar. Mas a culpa não fora dela ... fora das tequilas! Gostava do namorado, de verdade. Amor, aquela coisa bem de filme, mesmo. Casal bonito eles formavam. Agora era esquecer, afinal naquela tarde teriam chá com biscoitos. Sagrado rito do amor. Ele chegou com uma expressão de ressaca fabulosa. Parecia ter passado por uma noite péssima, vomitado até a alma. Falou pouco, parecia triste. Ela o vira assim apenas duas vezes: quando não passara no vestibular e quando perdera o emprego. Felizmente ele passou em uma faculdade melhor e hoje ganhava mais. Beberam e comeram, em silêncio pós-balada-noite-mal-dormida. Ela não conseguia sorrir para animá-lo e ele sequer tinha vontade de olhá-la. Então, o pacote de bolacha, era domingo de morango, jazia na mesa com apenas uma. Mais sagrado que o próprio rito, era a última bolacha. Na tentativa de vê-lo mais alegre, ela ofereceu a preciosa guloseima e ele, com o a expressão mais fechada que nunca, recusou.
_ Eu estava lá. Eu vi. Você me traiu.
As palavras dele pesavam com o chumbo, definitivas e irrevogáveis. As explicações dela pareciam algodão na ventania e de nada adiantaram. Ele não quis saber, era um erro e acabou. Imperdoável. Retirou-se para nunca mais voltar e o biscoito ficou lá, largado na mesa.
Muitas pessoas nunca mais comeriam chá com biscoitos. Mas ela não. Comeu biscoitos de, ora morango, ora chocolate, e tomou chá todas às tarde de domingo de sua vida. Pois o amava na época e continuo amando-o sempre. Soube de sua nova namorada, da outra e finalmente quando noivou e depois se casou. Ouviu dizer que o filho era lindo também. Ela se casou, teve filhos e uns netinhos lindos. Mas o domingo a tarde era só dela: chá e biscoitos. E ela nunca comia o último. Nunca.
Próximo post, conto novo. Vou ver se escrevo algo novo! Se eu arranjar tempo ...