23.7.06

_ Fim de férias.
Está quase no fim... E eu não fiz nada de útil. A não ser adotar meus filhos, que cada dia que passa estão me deixando mais felizes. Estou decepcionada comigo mesma, com algumas pessoas, pra baixo mesmo. Que hora de ficar assim, na cara do próximo semestre, energia, energia, eu preciso me animar...
_ Queria ser uma fofa e branca nuvem para ser acolhida naquele céu azul infinito que eram seus olhos.
Não sei qual será o próximo, preciso escolher. Meu projeto anda indo bem, já escrevi um dos contos. E agora, finalmente, a última parte desse conto. Jaqueline terá seu conto realizado...
Para saber como acaba, tem que ler até o final.
Final

Duas semanas depois, Jaqueline acordou com a estranha sensação de já ter visto aquele dia. Aquelas cores perfeitas pintadas no céu, o ar leve e perfumado. Na escola, não parava de pensar no garoto, naqueles olhos, naquela voz... Seus amigos começaram a interrogá-la. Ela ria alto e se esquivava das perguntas... pensou que era tão bom que... Gelou. Correu à mala e vasculhou seus papéis, cheios de corações e contas misturadas quando finalmente achou. A professora de geografia entrou na sala em seguida, avisando que tinha trocado a aula com o professor de química que tinha inventado de fazer experiências no laboratório. O queixo da menina caiu discretamente enquanto pegava sua apostila de geografia.
Os minutos se arrastavam e Jaqueline queria sair correndo dali. Era verdade, verdade! Na saída, lá estaria ele, lindo, ai, deveria estar de preto como no conto. O sol bateria nos seus cabelos castanhos e perfeitamente desarrumados. Como era mesmo aquela linha? “Queria ser uma fofa e branca nuvem para ser acolhida naquele céu azul infinito que eram seus olhos.” Logo não precisaria ser nuvem alguma, quando estivesse nos seus braços... O sinal tocou, ela pulou da banqueta e saiu em disparada, só esperando. Não saberia o que dizer, oras, nem surpresa era! Mas não poderia culpá-lo, fora ela quem tinha escrito tudo aquilo. Seu coração batia tão forte que nem andar seria preciso, seria arrastada pelo desejo e pelo próprio destino. Antes de cruzar o portão, respirou fundo, tão ansiosa que chegava a tremer. Agora, agora...
O sol ofuscou sua visão por alguns segundos e então avistou. Lindo como em seus sonhos, perfeito como suas palavras nunca poderiam descrevê-lo. Ficou parada, só olhando, ele ainda não a tinha visto. Como ele estaria se sentindo? Ansioso? Quanto ele deveria amá-la? O bastante para estar ali, de preto como descrevera. Jaqueline sorria tanto e podia realmente ouvir pássaros cantando a mais bela canção de amor que o meio dia poderia oferecer. Teve o impétuo de ir correndo e se jogar nos braços dele, mas decidiu parecer surpresa, oh, você por aqui? Estava dando o primeiro passo quando aquele sorriso esplêndido enfeitou o rosto tão amado. Mas ele não olhava em sua direção, mas sim para o portão. Uma jovem do outro lado parecia retruibuir, apesar de envergonhada. Ele se adiantou, tomou-a nos braços num abraço que Jaqueline escrevera, apertado como seu coração fraquejante estava. Depois de algumas palavras trocadas, ele a beijou, o beijo cinematográfico que era dela! Seu corpo estremeceu e uma e depois outra lágrima cruel rasgaram seu rosto. Apertou o passo, escondeu o rosto e partiu para casa. Ao chegar em seu quarto, jogou da gaveta todos seus manuscritos, inclusive seu melhor que estava entre os dedos, amassado e frustrado e rasgou um por um. Dos mais simples, onde fadas beijavam o oceano sem nunca se afogarem até a primeira desilusão amorosa. Nunca mais escreveu uma linha sequer. Era uma princesa que se deixava consumir pelas chamas de um incêndio cruel.
Espero que gostem ^^

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